
O triplo homicídio ocorrido na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, completou dois meses nesta quarta-feira (15) sem qualquer solução definitiva. O caso, que chocou a população pela violência e brutalidade, segue em investigação pela Polícia Civil, que tenta identificar outros possíveis envolvidos, além do suspeito confesso já preso.
De acordo com informações apuradas, cerca de 700 vídeos de câmeras de segurança estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto, do Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador. As imagens mostram o entorno da Praia dos Milionários, local onde os corpos foram encontrados, e têm como objetivo reconstruir o contexto do crime e identificar toda a dinâmica da ação.
No mês passado, a Polícia Civil obteve a prorrogação do prazo de entrega do inquérito por mais 60 dias, decisão autorizada pela Justiça da Bahia. Com isso, o órgão tem até novembro para concluir o relatório final e apresentá-lo ao Ministério Público.
As vítimas, Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, de 41, e Mariana Bastos da Silva, de 20, foram encontradas mortas com diversas marcas de facadas em uma área de mata próxima à praia, um dos principais cartões-postais de Ilhéus. As três eram familiares e haviam saído juntas antes de desaparecer.
Dez dias após o crime, Thierry Lima da Silva foi preso e confessou ter matado as vítimas sozinho, alegando que tudo ocorreu durante uma tentativa de assalto que teria saído do controle. No entanto, a versão do suspeito passou a ser questionada após os resultados iniciais da perícia.
Os peritos do DPT não encontraram material genético do suspeito nas unhas nem nas partes íntimas das vítimas, o que levantou dúvidas sobre a real participação de Thierry e a possível presença de outras pessoas na cena do crime. Além disso, nenhum DNA dele ou das vítimas foi identificado nas três facas apreendidas, que seriam as armas utilizadas no assassinato.
Em nota, a Polícia Civil informou que o prazo adicional de investigação visa reunir novos elementos e seguir com desdobramentos investigativos. O órgão ressaltou que detalhes do inquérito estão sob sigilo, justamente para não comprometer a apuração e a coleta de provas.
Enquanto isso, a tragédia continua sem respostas definitivas, e o caso mantém a cidade em estado de comoção. Moradores e familiares das vítimas cobram celeridade e transparência no processo, exigindo justiça para as três mulheres brutalmente assassinadas.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) reforça que a população pode colaborar com o trabalho da polícia por meio do Disque Denúncia, pelo número 181. As informações são tratadas em sigilo absoluto, e não é necessário se identificar.