
Quase dez anos após o crime que abalou Ibirataia, o caso de Sandra Pereira Fair finalmente terá um desfecho na Justiça. Na próxima quinta-feira (23/10), às 9h, será realizado o julgamento de Landualdo da Silva Nunes, acusado de tentativa de homicídio qualificado contra sua companheira, em um episódio de extrema violência ocorrido em 2015.
O Tribunal do Júri acontecerá na Câmara de Vereadores de Ibirataia, ao lado da Prefeitura, devido à reforma do Fórum local. Familiares, autoridades, movimentos sociais e cidadãos devem acompanhar a sessão, na expectativa de que a Justiça finalmente seja feita e a memória de Sandra Fair seja respeitada.
Em novembro de 2015, Sandra foi brutalmente agredida pelo companheiro. As investigações apontam que Landualdo desferiu múltiplos golpes, resultando em fraturas faciais e sequelas físicas e emocionais permanentes. Após o ataque, ele fugiu, deixando Sandra gravemente ferida. A vítima recebeu atendimento emergencial na Fundação Hospitalar de Ibirataia, sendo transferida em seguida para a Clínica São Roque, em Ipiaú, e posteriormente para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador.
O caso se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica na região e foi investigado pela Delegacia Territorial de Ibirataia.
Em 2017, Landualdo foi localizado pela polícia dirigindo um carro roubado e descobriu-se que havia um mandado de prisão em aberto relacionado ao crime contra Sandra. Ele foi encaminhado ao presídio de Jequié, mas acabou liberado durante a pandemia, prolongando a espera por justiça.
Agora, com o júri popular, a sociedade de Ibirataia reacende a esperança de que o crime não fique impune e que a memória de Sandra Fair seja respeitada.
Sandra Fair lutou durante anos contra as consequências do ataque. Sua história de superação inspirou muitas mulheres a denunciarem a violência doméstica. Infelizmente, em 1º de outubro de 2018, aos 54 anos, Sandra faleceu vítima de um infarto, deixando marcas físicas e emocionais do crime que sofreu.
O julgamento é, portanto, mais que um ato jurídico: representa justiça, memória e resistência, lembrando à sociedade a importância de proteger e apoiar vítimas de violência doméstica.
Para a comunidade, o evento é histórico. É a oportunidade de transformar a dor em justiça, a omissão em resposta e a violência em conscientização. “Sandra Fair permanece viva na memória da cidade, como símbolo de resistência e força. Que sua história sirva de alerta e inspiração para que nenhuma mulher mais precise passar pelo que ela passou”, afirmam familiares e amigos.