
A cidade de Wenceslau Guimarães, no baixo sul da Bahia, amanheceu sob forte movimentação policial nesta quinta-feira (16). A Polícia Federal deflagrou a sétima fase da Operação Overclean, que apura supostas fraudes em processos licitatórios e contratos públicos celebrados pela atual administração municipal.
De acordo com informações apuradas, os agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão na Prefeitura e na residência do prefeito Gabriel de Parisio (MDB). Durante as buscas, o gestor foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, após os policiais encontrarem o armamento em sua casa.
Segundo fontes ouvidas pelo Informe Baiano, os agentes precisaram arrombar a porta da residência para ter acesso ao imóvel. A operação, iniciada por volta das 6h, também alcançou o município de Laje, onde um suplente de vereador foi alvo de mandado.

As investigações, conduzidas pela Polícia Federal com apoio de órgãos de controle, apontam indícios de irregularidades em contratos públicos financiados com recursos federais, envolvendo obras e serviços essenciais. Esses elementos justificaram a deflagração da nova fase da Overclean, que busca aprofundar a apuração sobre desvios e fraudes em licitações.
Gabriel de Parisio é aliado político do deputado estadual Dal Barreto (União Brasil-BA), que também figura entre os investigados na operação. Segundo apurações preliminares, a PF teria identificado ligações entre empresários e agentes públicos voltadas à manipulação de processos licitatórios para beneficiar grupos específicos.
Moradores de Wenceslau Guimarães relataram intensa movimentação de viaturas e agentes federais nas primeiras horas da manhã, especialmente nas proximidades da prefeitura e em bairros residenciais. A ação chamou a atenção da população e gerou repercussão nas redes sociais.
Até o fechamento desta reportagem, nem a Polícia Federal nem a Prefeitura de Wenceslau Guimarães haviam se manifestado oficialmente sobre os desdobramentos da operação. O prefeito foi encaminhado para prestar depoimento e deve responder pelo crime de posse irregular de arma de fogo, além de ser alvo das investigações relacionadas às supostas fraudes administrativas.
A Operação Overclean já teve outras seis fases deflagradas em diferentes cidades baianas, sempre com foco em irregularidades na aplicação de recursos públicos e contratos superfaturados. A Polícia Federal informou que as investigações continuam e que novas ações não estão descartadas.