A Nestlé, gigante suíça do setor de alimentos e bebidas, confirmou nesta quinta-feira (16/10) a realização de demissões em massa, atingindo cerca de 16 mil colaboradores em todo o mundo. A medida faz parte de um plano global de reestruturação, voltado à redução de custos e à melhoria da rentabilidade da companhia.

Segundo o CEO Philipp Navratil, a reestruturação é necessária para que a empresa consiga se adaptar às mudanças do mercado global de forma mais ágil. “O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido”, afirmou. O plano prevê a elevação da meta de redução de custos de US$ 3,13 bilhões para US$ 3,76 bilhões até o fim de 2027, refletindo a pressão sobre as margens operacionais e a expectativa de retorno aos acionistas.

Do total de cortes, 12 mil vagas estão concentradas em funções administrativas, enquanto 4 mil correspondem a áreas industriais, incluindo produção e logística. A companhia ainda não divulgou os países mais afetados, mas fontes internas indicam que as demissões ocorrerão de forma escalonada entre 2025 e 2026.

O anúncio gerou reação imediata do mercado financeiro. As ações da Nestlé listadas na Bolsa de Valores de Zurique registraram alta de cerca de 8% nas primeiras horas do pregão, refletindo a expectativa de maior eficiência e aumento da lucratividade.

A Nestlé está presente em mais de 180 países e possui um portfólio de marcas consagradas, como Nescafé, KitKat, Ninho, Maggi e Purina. A empresa enfrenta desafios como desaceleração do consumo global, concorrência acirrada e elevados custos operacionais, fatores que motivaram a adoção de medidas drásticas de contenção de despesas.

Especialistas em mercado avaliam que, apesar do impacto humano significativo, a reestruturação busca equilibrar eficiência operacional e inovação, mantendo a competitividade da Nestlé no setor de alimentos e bebidas.

O plano de demissões e cortes estratégicos faz parte de um esforço mais amplo da multinacional para se manter lucrativa diante das mudanças econômicas globais e do aumento da pressão por resultados entre investidores.

Impacto social: Milhares de trabalhadores serão afetados diretamente, especialmente nas áreas administrativas e industriais, o que levanta preocupações sobre o futuro do emprego e a estabilidade no mercado de trabalho do setor alimentício.