
O clima é de apreensão no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, em Itabuna, nesta segunda-feira (6), após a demissão de 150 funcionários não concursados. Segundo informações apuradas, o corte faz parte de um plano de contenção de gastos diante das dificuldades financeiras enfrentadas pela unidade, que, até o momento, não conseguiria garantir o pagamento integral dos funcionários em outubro.
As demissões atingem diferentes setores do hospital, com maior impacto nos departamentos administrativo e de manutenção, áreas fundamentais para o funcionamento da instituição. Além disso, a medida comprometerá diretamente a assistência aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), já que a Enfermaria A e o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) 3 terão funcionamento suspenso temporariamente devido à falta de materiais essenciais.
Tentativas de contato do Blog Pimenta com a presidência da Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (Fasi), representada por João Omar, não obtiveram sucesso. As ligações telefônicas não foram atendidas e caíram na caixa de mensagens. O supervisor administrativo-financeiro do hospital, Marcelo Pessoa, também foi procurado, mas informou que qualquer esclarecimento sobre a situação só poderia ser fornecido pela presidência da instituição.
O Hospital de Base de Itabuna é uma das principais unidades de saúde do sul da Bahia, empregando cerca de mil funcionários e atendendo a milhares de pacientes do SUS. Recentemente, o hospital passou por um processo de ampliação, com a construção de um novo anexo que incluiu centro cirúrgico, centro de bioimagem e duas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O investimento para essas obras foi de R$ 75 milhões, provenientes do Governo da Bahia, com o objetivo de modernizar a infraestrutura e aumentar a capacidade de atendimento.
A decisão de demitir profissionais e fechar setores críticos, como o CTI, levanta questionamentos sobre a sustentabilidade da unidade hospitalar mesmo após o grande investimento em expansão. Pacientes e familiares relatam preocupação com a continuidade do atendimento e o impacto das mudanças na rotina do hospital.
Especialistas em gestão hospitalar alertam que cortes abruptos de pessoal podem comprometer não apenas a prestação de serviços, mas também a segurança dos pacientes, já que setores essenciais demandam equipe qualificada e material adequado para funcionar com eficiência.
Até o fechamento desta edição, não havia uma previsão de reabertura da Enfermaria A e do CTI 3, nem detalhes sobre medidas que garantam a manutenção do atendimento de emergência e cirúrgico no hospital. A situação evidencia o desafio de conciliar ampliação e modernização da infraestrutura com a gestão financeira e operacional, mantendo a qualidade do serviço público de saúde oferecido à população.