Câmara de Eunápolis rejeita contas da ex-prefeita Cordélia Torres e torna gestora inelegível até 2033

A ex-prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres, teve suas contas rejeitadas pela Câmara Municipal em uma sessão realizada nesta quarta-feira (18), fato que a torna inelegível até 2033 com base na Lei da Ficha Limpa. A decisão dos vereadores contraria o parecer técnico do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM), que havia recomendado a aprovação das contas referentes ao exercício financeiro de sua gestão.

A votação, realizada de forma secreta, terminou com 13 votos pela rejeição, três favoráveis e uma abstenção. O clima na Câmara foi marcado por tensão e discursos acalorados. Apesar do sigilo do voto, parlamentares usaram a tribuna para justificar suas posições e apontaram que, mesmo com as ressalvas feitas pelo TCM, a ex-prefeita não conseguiu esclarecer de forma convincente os problemas apontados no relatório técnico.

Entre as irregularidades citadas estão falhas na aplicação de recursos públicos, ausência de transparência em processos administrativos e descumprimento de metas fiscais. Segundo os vereadores, tais pontos evidenciam má gestão e desrespeito às normas de responsabilidade fiscal.

Cordélia Torres, que governou Eunápolis com um discurso de renovação política, vinha enfrentando crescente desgaste político desde os últimos meses de sua gestão. Fontes ligadas ao legislativo local afirmam que a ex-prefeita perdeu apoio inclusive de aliados históricos, o que pode ter influenciado decisivamente no resultado da votação.

A rejeição das contas representa um duro golpe para Cordélia, que agora está impedida de disputar cargos públicos por oito anos. A medida inviabiliza qualquer tentativa de retorno às urnas no curto prazo e, segundo analistas políticos da região, pode significar o fim de sua carreira política — ao menos temporariamente.