Um desentendimento político entre o prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União Brasil), e o vereador Mesaque Soares (PSDB) colocou em risco o custeio das atrações do “Meu São João Amado”, evento junino previsto para começar nesta sexta-feira (13). A crise acontece no momento em que a gestão municipal depende da aprovação, na Câmara de Vereadores, de um projeto que altera a Lei Orçamentária Anual (LOA) para garantir os pagamentos da festa.
Mesaque, que foi eleito em 2024 por um partido da coligação de Valderico, tem se mostrado insatisfeito com a condução política do prefeito e chegou a enviar mensagens ao chefe do Executivo cobrando diálogo — mas não recebeu resposta. O distanciamento se agravou após Mesaque, membro da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, solicitar vistas ao projeto que permitiria a realocação de verbas para a realização do evento, travando a tramitação da matéria.
Entre os recursos que seriam utilizados está uma emenda parlamentar de R$ 3 milhões destinada pelo senador Ângelo Coronel (PSD). Originalmente vinculada à área da saúde, a verba só pode ser remanejada para a cultura com aprovação legislativa. Sem a mudança na LOA, o município corre o risco de não conseguir efetuar os pagamentos legais relacionados à festa.
Em reação à atitude do vereador, Valderico Júnior exonerou dois aliados de Mesaque da gestão e retirou a função gratificada de um servidor ligado politicamente ao parlamentar. A medida foi interpretada como retaliação e agravou ainda mais o impasse político.
Caso insista em realizar os pagamentos sem a adequação orçamentária, o prefeito pode vir a responder judicialmente por improbidade administrativa. A situação acende um alerta sobre o impacto das disputas internas na governabilidade e na efetivação das políticas públicas em Ilhéus.
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