Ilhéus, no sul da Bahia, vive uma das maiores crises fiscais de sua história recente. A atual gestão, comandada pelo prefeito Valderico Júnior (União Brasil), assumiu uma prefeitura com um rombo bilionário que compromete diretamente a capacidade de investimentos e de manutenção dos serviços públicos essenciais.
De acordo com informações levantadas junto a fontes internas da administração municipal, a dívida herdada gira em torno de R$ 1 bilhão. O valor é resultado de uma série de compromissos acumulados ao longo de gestões anteriores, com destaque para a do ex-prefeito Mário Alexandre, o Marão (PSD), que deixou o cargo no final de 2024.
Desde janeiro deste ano, quando Valderico assumiu a administração, as consequências dessa herança começaram a impactar de forma concreta as contas públicas. Somente nos primeiros cinco meses, foram bloqueados aproximadamente R$ 50 milhões dos cofres da prefeitura — uma média de R$ 10 milhões por mês. Esses bloqueios judiciais vêm prejudicando diretamente a prestação de serviços, o pagamento de fornecedores e os investimentos em infraestrutura e áreas prioritárias como saúde e educação.
Segundo técnicos da atual gestão, o quadro é alarmante e já foi classificado internamente como um verdadeiro "colapso financeiro". Entre os principais problemas estão precatórios acumulados, débitos judiciais, contratos considerados duvidosos e uma série de obrigações não quitadas deixadas pela administração anterior.
A equipe econômica corre contra o tempo para tentar reverter o quadro, renegociar dívidas e encontrar saídas que garantam a mínima estabilidade fiscal para o município. No entanto, o estrago é profundo e histórico, e as perspectivas de curto prazo são desafiadoras.
O prefeito Valderico ainda não detalhou publicamente quais medidas estruturantes serão adotadas, mas interlocutores próximos garantem que a prioridade, no momento, é garantir o funcionamento dos serviços essenciais e evitar o agravamento da crise. Enquanto isso, a população assiste apreensiva ao desenrolar de um problema que ameaça comprometer o desenvolvimento de Ilhéus pelos próximos anos.
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