Prefeitura de Ilhéus notifica empresa por atraso em contrato de R$ 25 milhões

A Prefeitura de Ilhéus notificou oficialmente a empresa Ribeiro Silva Construções e Serviços Ltda por descumprimento de um contrato milionário firmado para a realização de manutenção preventiva e corretiva em prédios públicos do município. O contrato, avaliado em mais de R$ 25,4 milhões, foi firmado em 2023 e previa, entre outras ações, o início imediato das obras no Instituto Municipal de Educação Eusínio Lavigne (IME), o que ainda não ocorreu, segundo informou a gestão municipal neste domingo (4).

A ordem de serviço foi emitida no dia 7 de abril de 2025, mas até o momento a empresa não deu início aos trabalhos no IME, gerando preocupação entre gestores, professores e estudantes. Outros equipamentos públicos também aguardam intervenções urgentes, como o Centro Pop, a Biblioteca Municipal General Osório e o anexo onde funcionam algumas secretarias da administração. Vale lembrar que a própria Ribeiro Silva foi responsável por obras nesses mesmos espaços há menos de dois anos — estruturas que já voltam a apresentar problemas.

A notificação da empresa foi publicada no Diário Oficial do Município na última quinta-feira (2), exigindo o cumprimento imediato do contrato nº 126/2023. Segundo a prefeitura, esse contrato faz parte de um pacote de melhorias estruturais na rede pública, considerada prioritária pelo governo municipal.

O caso ganha contornos mais graves devido ao histórico recente da empresa. A Ribeiro Silva Construções foi alvo de uma operação da Polícia Federal em abril de 2024, sob suspeita de fraudes em processos licitatórios. As investigações, iniciadas em 2022, apontam para um suposto favorecimento em contratos com a administração municipal, além da terceirização de serviços para pessoas ligadas a agentes públicos do Executivo e do Legislativo de Ilhéus.

Atualmente, a empresa possui 12 contratos ativos com a prefeitura. O contrato em questão, de R$ 25.476.973,67, é um dos de maior valor. A prefeitura aguarda manifestação da construtora e já sinalizou que poderá adotar medidas legais mais rigorosas caso as obras não tenham início imediato.