Um dos mais emblemáticos nomes da política itabunense, o ex-prefeito Capitão Azevedo rompeu de maneira definitiva com o grupo liderado por ACM Neto, encerrando uma aliança política que perdurou por mais de três décadas. O distanciamento, que se agravou nos últimos meses, marca uma mudança expressiva no cenário político do sul da Bahia, com Azevedo agora mais próximo do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
A trajetória política de Azevedo no grupo carlista começou no fim da década de 1980, quando, ainda como tenente da Polícia Militar, foi indicado para comandar o 5º CIRETRAN de Itabuna. Em 2004, a convite direto do então senador Antônio Carlos Magalhães, ele se filiou ao extinto PFL e foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Fernando Gomes. Com a saída de Gomes da prefeitura, Azevedo assumiu o comando do município e, desde então, tornou-se figura de destaque no grupo político liderado por ACM Neto.
Durante mais de 15 anos, Azevedo e ACM Neto estiveram lado a lado em diversas disputas eleitorais, compartilhando conquistas e derrotas. No entanto, em 2024, a relação começou a ruir. A escolha de Neto por apoiar a pré-candidatura do vereador Fabrício Pancadinha à Prefeitura de Itabuna frustrou os planos de Azevedo de retornar ao cargo e iniciou um processo de afastamento entre os dois.
Nos bastidores, tentativas de reaproximação foram feitas, inclusive com a mediação do prefeito de Salvador, Bruno Reis. Ainda assim, as tratativas fracassaram. Segundo fontes próximas ao ex-prefeito, durante visita recente de ACM Neto a Ilhéus, ele teria tentado ligar para Azevedo diversas vezes, mas teve todas as chamadas ignoradas.
Duas pessoas ligadas ao capitão confirmaram à reportagem que o rompimento é “total e sem qualquer possibilidade de reconciliação”. A expectativa agora é que Azevedo formalize apoio ao grupo governista, sinalizando aliança com o governador Jerônimo Rodrigues e o Partido dos Trabalhadores.
A mudança pode ter impacto significativo na eleição municipal deste ano em Itabuna, redirecionando forças políticas e eleitorais na região.
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