ACM Neto articula federação entre PP e União Brasil e barra apoio a Jerônimo em 2026

Em uma ofensiva política de grande repercussão na Bahia, o ex-prefeito de Salvador e ex-candidato ao governo estadual, ACM Neto (União Brasil), articulou com sucesso a criação de uma federação entre o seu partido e o PP (Progressistas). A iniciativa foi oficializada nesta semana e deve redesenhar o tabuleiro político baiano com vistas às eleições de 2026.

Com a formalização da federação, o PP perde sua autonomia no estado e passa a seguir integralmente as diretrizes nacionais e estaduais do União Brasil. Isso significa, na prática, que o partido estará impossibilitado de apoiar a candidatura à reeleição do atual governador Jerônimo Rodrigues (PT), alinhando-se automaticamente ao projeto de oposição liderado por ACM Neto.

A decisão frustra meses de negociações do governo estadual, que vinha buscando, desde o início de 2025, atrair o PP para sua base aliada. O Palácio de Ondina chegou a oferecer cargos e espaço na gestão petista, mirando um acordo que agora está oficialmente inviabilizado.

Segundo apuração de bastidores, um dirigente do União Brasil assumirá o comando da federação na Bahia, o que garante a ACM Neto total controle sobre a estrutura. A manobra é vista como uma das principais movimentações do ex-prefeito desde sua derrota nas eleições de 2022 e reforça sua posição como principal nome da oposição ao governo petista no estado.

No entanto, a federação pode gerar efeitos colaterais. A medida já provoca insatisfação interna no PP, especialmente entre os prefeitos e deputados estaduais da legenda. Dos 41 prefeitos eleitos pela sigla em 2024, a maioria avalia deixar o partido para manter vínculos com o governo estadual, que continua sendo uma força poderosa nos municípios. O mesmo sentimento se espalha pela Assembleia Legislativa, onde aproximadamente 90% dos parlamentares do PP consideram migrar para partidos aliados ao governador Jerônimo Rodrigues.

O movimento, embora fortaleça o projeto de ACM Neto, pode levar a um esvaziamento do PP na Bahia e abrir espaço para uma reacomodação política, com rearranjos que devem continuar movimentando os bastidores nos próximos meses.