O ex-prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, atual membro da Executiva Estadual do PDT e forte pré-candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, se manifestou contrariamente ao posicionamento defendido pelo deputado federal pedetista Leo Prates, que apoia uma possível candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia nas eleições de 2026. A divergência entre os dois líderes do partido reflete um cenário de tensões internas no PDT, que, embora ainda distante das eleições, já começa a definir suas alianças políticas para o futuro.
Luciano Pinheiro, em uma declaração contundente, ressaltou que o partido, sob a liderança do deputado federal Félix Mendonça Júnior, não tem qualquer compromisso com ACM Neto e que, ao contrário de Leo Prates, diversos membros do partido e lideranças do interior da Bahia têm a intenção de apoiar a candidatura do atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT), à reeleição em 2026. "Como bem disse o nosso presidente na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, vamos começar a tratar de 2026 depois do Carnaval. O PDT hoje não tem nenhum compromisso com ACM Neto. Ao contrário de Leo Prates, que, como todos sabem, é netista, e não pedetista. E, no que depender de mim e de diversas outras lideranças do interior que são de fato pedetistas, o partido vai marchar com o governador Jerônimo Rodrigues", afirmou Pinheiro.
A declaração de Pinheiro surge em meio a um movimento crescente dentro do PDT, onde há uma clara divisão entre aqueles que defendem uma aliança com a oposição liderada por ACM Neto e outros que preferem manter a aliança com o PT, sobretudo devido ao alinhamento ideológico e à afinidade com o atual governo estadual. Essa situação gerou um racha dentro do partido, o que levanta dúvidas sobre a unidade da sigla nas próximas eleições.
O ex-prefeito de Euclides da Cunha, que é próximo de Félix Mendonça Júnior, fez questão de destacar que a prioridade do PDT deve ser o fortalecimento do partido no cenário estadual. Ele criticou o comportamento de alguns aliados políticos, especialmente com relação à saída de importantes nomes do partido para outras siglas. Pinheiro recordou um episódio recente, ocorrido em 2024, quando ACM Neto conseguiu convencer a prefeita eleita de Lauro de Freitas, Débora Régis, a deixar o PDT e se filiar ao União Brasil, o partido de Neto. "Precisamos ter aliados que contribuam com o fortalecimento do nosso partido, e não o contrário. Quem pode garantir que, no futuro, o ex-prefeito de Salvador não faça o que fez em 2024, quando tirou do PDT a prefeita eleita de Lauro de Freitas, Débora Régis, e filiou ela ao União Brasil? Queremos aliados que nos tratem com respeito, e parceria", disse Pinheiro, deixando claro o seu descontentamento com as movimentações do político oposicionista.
A crítica de Pinheiro a Leo Prates, que tem se mostrado favorável ao apoio do PDT a ACM Neto, revela uma linha de frente dentro do partido que considera mais vantajoso manter uma relação com o governo atual do que se aliar à oposição, como sugere o deputado. No entanto, Leo Prates, conhecido por seu alinhamento com o ex-prefeito de Salvador, tem defendido que a sigla pedetista se una à candidatura de Neto, considerando-o como um possível nome para continuar o desenvolvimento do estado da Bahia em 2026.
Embora o cenário político para as eleições de 2026 ainda esteja longe de ser definido, as declarações de Pinheiro e a postura de Leo Prates apontam para um cenário de divisões internas que pode impactar a estratégia do PDT nas urnas. A disputa pela liderança e o fortalecimento de alianças dentro do partido será, sem dúvida, um dos pontos mais observados no cenário político baiano nos próximos meses.
O PDT da Bahia, por sua vez, se vê em um dilema importante: a construção de uma candidatura robusta para as eleições de 2026 e a necessidade de evitar cisões internas que possam prejudicar o desempenho da sigla nas urnas. A continuidade do alinhamento com o governo Jerônimo Rodrigues ou uma mudança de rumo, em direção ao apoio a ACM Neto, será um dos maiores desafios que o partido enfrentará ao longo de 2025 e 2026. Resta saber se as lideranças do PDT conseguirão superar as divergências internas e apresentar uma proposta coesa e estratégica para o futuro político da Bahia.
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