A composição da Câmara de Ilhéus pode mudar bastante quando os vereadores assumirem em janeiro. Isto porque o Ministério Público Eleitoral está investigando e já abriu várias ações sobre fraudes usando falsas candidatas para cumprir a cota de 30% que os partidos precisam seguir.
O MPE considera que possui provas robustas contra partidos e candidatas, inclusive gravações de telefonemas e áudios onde os investigados comentam a fraude. Em comum, o fato de que seus nomes foram cadastrados como candidatas somente para cumprir a cota, sem perspectiva de fazer campanha.
“Eu não sei se você sabe. (Partido) precisou de uma candidata. Eu peguei e fiz um acordo e coloquei meu nome. Já deixei bem claro que não vou fazer campanha, que não tenho interesse em ser candidata, só para compor a legenda mesmo, senão diminuiria o número de candidatos homens, né", diz uma mulher.
"Aí aceitei, mas também foi uma coisa válida, porque vou acabar de construir minha casa”, diz a 'candidata' em um áudio que está nos autos e ao qual o Blog Agravo teve acesso nesta semana. O MPE já pediu a suspensão da diplomação de alguns vereadores eleitos, mas o juiz da 25ª Zona Eleitoral negou.
Mesmo assim, autorizou o andamento dos processos, que devem resultar na cassação de alguns mandatos e a nomeação dos suplentes. As ações podem ficar ainda mais sólidas porque os partidos também entraram com processos uns contra os outros, em geral acusando de descumprimento das cotas de gênero.
A possível cassação de vereadores também mexerá com os cálculos do coeficiente eleitoral, usado para definir os eleitos. O jornalista Jamesson Araújo, do Agravo, considera que até 50% da nova Câmara pode ser afetada, com eleitos perdendo a cadeira para suplentes.
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